ESTATÍSTICA DO LUTO EM PORTUGAL: Aproximação a uma realidade pouco valorizada.
Morrem em Portugal, em média, cerca de 292 pessoas por dia, registando-se num dos últimos anos um total de 106.545 mortes (INE, PORDATA, 2014).
De acordo com o Grief Índex (Lathamn & Prigerson, 2004; Barry, 2001 referidos por Payás, 2010), por cada falecimento existem em média, na cultura ocidental, 6 pessoas que ficam em luto pela perda de alguém afetivamente significativo. Feitas as contas, em média, diariamente cerca de 1751 pessoas ficam em luto (639.270 pessoa num ano).
Se estes números são estrondosos, tendo em conta sobretudo o sofrimento associado, não poderá continuar a ser desconsiderada a atenção a tal fenómeno inevitável.
No nosso pais são raras as estruturas que dão respostas especializadas ao sofrimento contido nestes números. Ainda que nem todas as pessoas necessitem de intervenção psicoterapêutica específica e especializada no luto, sabe-se que para aproximadamente 10% destas pessoas, a experiência de perda é mais complexa na medida em que, apesar do tempo, constata-se uma interferência notória no seu funcionamento geral. Esta interferência manifesta-se sob a forma de uma incapacidade de reorganização das relações familiares, de amizade ou de trabalho e outras atividades importantes, originando-se problemas de saúde variados e, por isso, deixando a pessoa exposta a um maior risco de morte (Payás, A., 2010). Nestas situações de luto complicado, que se estima em cerca de 175 pessoas por dia, totalizando 63927 pessoas num dos últimos anos, é necessária ajuda profissional.
O objetivo da Terapia do Luto é de acompanhar a pessoa num espaço de segurança, confiança, respeito e de não patologização (Payás, A., 2010), no processo difícil de aprender a viver sem o ente querido; acompanhar na adaptação a uma realidade em que nada volta a ser o mesmo, nem sequer o próprio, sendo importante que a pessoa integre, ao seu ritmo, a perda na sua nova identidade para que o luto não se complique e origine situações de maior mal-estar.
Foi a pensar nesta realidade que a Psicoluto – Unidade de Psicoterapia do Luto foi fundada. É do nosso interesse sensibilizar a população para esta temática, assim como disponibilizar respostas técnicas especializadas para quem passa por uma situação de perda.

André Viegas, Psicoterapeuta do Luto
Universidade de Barcelona
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